quinta-feira, 31 de julho de 2008

As formas e as cores de Beatriz Milhazes

Cores, colagens, cores, tintas, cores, cortes, cores. Esses substantivos podem representar a essência da obra de Beatriz Milhazes, artista plástica brasileira, que no último mês de junho, teve o seu quadro, "O Mágico", leiloado em Nova York pela bagatela de US$ 1,049 milhão.

Nascida na cidade do Rio de Janeiro, em 1960, Beatriz é formada em Comunicação Social. Mas, foi na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, onde lecionou e coordenou atividades culturais, que efetivamente começou a sua carreira nas artes plásticas.

Integrou a Geração 80, um grupo de artistas que buscou retomar a pintura, contrapondo-se às vertentes 'conceituais' dos anos 70. Sua obra estabelece diálogos com o Barroco, as obras de Tarsila do Amaral (1886-1973) e Burle Marx (1909-1994), as padronagens ornamentais, as mandalas de Jung e o Art Déco, entre outras referências. Entre 1997 e 98, foi artista v
isitante em várias universidades dos EUA e, a partir dos anos 90, se destacou em mostras internacionais, passando a integrar os acervos do MoMa, Guggenheim e Metropolitan de Nova York.

As obras de Beatriz são marcadas pela diversidade de cores e de formas. São inúmeros elementos recortados e colados sobre os outros, com as mais diversas tonalidades. O único padrão seguido por Beatriz são as matizes fortes. Como ela mesma já afirmou, "(...) sem a cor a imagem não acontece. Quando a sinfonia das cores não funciona, a sedução acaba." É na questão cromática, no "conflito" de cores - e ainda de tantos elementos - que tanta coisa acontece ao mesmo tempo em sua obra.

"Tenho dificuldade de ver esse caráter sensual e de volúpia que as pessoas vêem na minha obra. Não trabalho a questão da sedução, sou pinto
ra abstrata, me considero artista geométrica", ela diz. "Acho até que tudo é muito perturbador, tem muito excesso. Não é fácil conviver com os meus trabalhos", afirmou certa feita, a artista.

Na carreira, Beatriz já expôs no Japão, recebeu convites para China e Rússia, e recentemente descobriu uma peça sua comprada para um acervo de arte contemporânea no Irã. Hoje tem representação em São Paulo, Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha. Suas obras vão desde telas e pinturas, até colagens e painéis em lugares públicos como lojas e bibliotecas. Um de seus painés mais ilustres é o que fica na famosa loja britânica Selfridge's, em Manchester.





















Confira m
ais obras de Beatriz Milhazes clicando aqui, aqui e aqui.

domingo, 27 de julho de 2008

Skelewags

Quadrinhos de grafite, com personagens com cabeças baseadas em ossada de diferentes tipos crânios, espalhados em ambientes predominantemente acizentados e urbanos.

Talvez esta seja a melhor definição para os Skelewags, obra do artista urbano Chewie e que vai virar livro em breve.

O estilo do artista é muito interessante e combina interessantemente com as edificações e muros espalhados pelas grande metrópoles.

O site do projeto está sob construção. Então, por enquanto, confira mais imagens dos Skelewags clicando aqui e aqui.

terça-feira, 22 de julho de 2008

A nudez fotografada

Que a arte em geral possui diversas vertentes um tanto quanto excêntricas e, até mesmo, incompreensíveis, é fato. Mas, o que dizer de milhares de pessoas nuas e aglomeradas em locais públicos? Essa é a proposta do fotógrafo estadunidense Spencer Tunick.

Tunick, 40 anos, nasceu em Nova York e estudou Belas Artes no Emerson College, em Boston. Fez um curso intensivo de fotografia durante 1 ano no International Center of Photography em Nova York e atualmente vive e trabalha no Brooklin, um bairro na mesma cidade.

Desde 1992, Tunick trabalha com fotografia e vídeo sobre a figura humana nua em espaços públicos. Seus trabalhos mais importantes e que o fizerem reconhecido mundialmente, são os projetos Naked States, que percorreu 50 estados americanos durante 06 meses fotografando a população e Nude Adrift onde visitou 9 países em 7 continentes, levando milhares de pessoas a se despirem em público, em Barcelona conseguiu o maior número de pessoas de toda sua turnê – 7 mil pessoas se despiram para o artista.

Antes desses ambiciosos projetos, Tunick fotografava nas ruas de Nova York, o primeiro projeto chamado America Zone contava com uma ou duas pessoas nuas e em seguida Reaction Zone, já com um número maior de participantes — chegou a fotografar 100 pessoas — e que lhe rendeu 05 prisões por atentado ao pudor. Após estes episódios, Tunick entrou com um processo na Corte Suprema dos Estados Unidos contra a prefeitura de Nova York para garantir sua liberdade de expressão artística, sua integridade física e dos participantes.

O trabalho de Tunick faz parte do acervo de diversas galerias e museus em várias partes do mundo como a Hales Galeria, em Londres, e a Art and Public em Geneva. Já esteve presente com suas instalações em diversos eventos artisticos como a 25ª Bienal Internacional de Arte de São Paulo em 2002 e a 1ª Bienal Valencia, na Espanha em 2001.

Mas, focando o objetivo da obra do artista, a questão principal na arte de Tunick é o porquê do nudismo: loucura? Pornografia? Arte? Enfim, há alguma forma de classificar a obra de Spencer Tunick?

A presença
nas artes plásticas, de corpos humanos despidos, sempre foi recorrente, sobretudo sob a representação feminina, que foi alvo de diversos pintores ao longo da história da arte. Contudo, a nudez masculina nunca foi foco de manifestações artísticas, ficando quase que exclusivamente restrita a questões de estudos científicos sobre o corpo humano.

A partir da representação física unificada de homens e mulhers, Spencer Tunick produz algo excentricamente inovador e ultrajante para a sociedade. Como encarar diversos corpos humanos, nus, de diversas cores, tamanhos, em diferentes posições, espalhados em locais públicos?


O artista propõe duas reflexões principais com sua obra: a presença da arte em espaços públicos, temporária ou permanentemente e o modo como vemos a privacidade e a intimidade no espaço urbano.
Enfim, Tunick exprime toda a sua criatividade viajando ao redor do planeta, para escolher locais significativos e angariar voluntários que queiram ser parte da sua obra.



















Confira mais fotos e informações sobre Spencer Tunick e suas obras, clicando aqui, aqui, aqui e aqui.