sexta-feira, 21 de março de 2008

Poemas de Andreas Zumbi


As vicissitudes da vida e a inerente perplexidade do ser humano frente a elas são um dos temas principais do esfíngico jovem poeta gaúcho, Andreas Zumbi. Os dois poemas abaixo, exprimem claramente os assuntos supracitados e fomentam saudáveis reflexões do leitor diante de seu cotidiano.


No primeiro texto, Zumbi reflete sobre a imutabilidade de um indivíduo frente as peripécias da mutável e imprivisível mente humana, que fazem dele uma antítese na qual um morto-vivo, moribundamente, brada por vida. O vazio e as incertezas provenientes de acontecimentos precipitados e nebulosos definem a temática do segundo poema de Zumbi.


QUIEM VITAL DE UM ESTÁTICO
(Andreas Zumbi)

Costumes intactos sempre invadem minha mente
Percorrem-a, incessante, intermitantemente
Mente, mente, mente...
Será que ela mente?
Insólita representação, permanentemente, incoerente

Moribundamente, tento trapaceá-la
Ironicament
e, incito-me a transformá-la
Substancialmente, o que me resta é aceitá-la
Inconsequentemente, tenho a insólita certeza de que não devo mais enfrentá-la


Afinal, o que
é a realidade
Senão, a inte
rmitente certeza
De que toda pr
ocrastinação e toda maldade
São assertivas mentais do realístico vital embate
Desprovido de indubitável clareza

Por conseguinte, reservo-me do direito pseudo-justo

De cândida abstenção à incerteza

Pois, o que me resta, senão o impulso
Ao estado certo de que o imutável faz da vida tirolesa?



BLANK
(Andreas Zumbi)


Tédio, que me invade silenciosamente
Dúvida, que paira sobre mim inocentemente
Certeza, de que tenho que mudar antes que seja tarde
Sentimento, que dubiamente me arde

Preciso de uma reposta
concreta
Mas uma solução seria melhor
Pois o medo de mudar traz a certeza ince
rta
De que se o que de dentro virá, sabido será de cor

Vítima do acaso certo
Talvez até antecipado
Quiçá precipitado, adiantado, não sei
Do qual é dífi
cil se libertar, eu sei
Não sei...

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